O que leva um atleta a usar anabolizantes?

Você já parou para pensar o que leva um atleta a usar anabolizantes? E não apenas os atletas, mas praticantes de atividades físicas em geral? Chegam ao ponto de ignorar leis, questões éticas e a própria saúde apenas para ter curvas diferenciadas. Acompanhe o fio que realizei abaixo, e veja os possíveis motivos.

Atualmente vivemos em uma sociedade que prioriza os aspectos físicos, atributos, curvas e formas, contudo, o caminho para se obter tais estereótipos nem sempre são os mais transparentes e/ou éticos. Sendo mais específicos, o apelo por aceitação na cultura da corpolatria leva os praticantes amadores e profissionais de fisiculturismo e musculação a extremos em busca de um corpo sarado, apelando para o uso desenfreado e sem as devidas orientações dos esteroides anabolizantes. 

Essa matéria sobre o que leva um atleta a usar anabolizantes, trará à tona quais são os fatores que fazem com que o indivíduo acabe por esse caminho, as consequências e o ponto de vista de profissionais. É necessário salientar, contudo, que tal prática é prejudicial, não é para todos, e é de suma importância que tanto profissionais de educação física, endocrinologistas, fisiatas e público num todo que lida com esse público, dê as cabíveis explicações e orientações para que os danos, efeitos e a fins sejam expostos, e a devida orientação dada visando sempre o bem-estar e saúde. 

ENTENDENDO O DOPING, O QUE SÃO ANABOLIZANTES, AS CAUSAS, E BUSCA PELA PRÁTICA. 

Para entendermos o que são de fato o uso de anabólicos, é necessário antes de mais nada ir na raiz da questão e compreender o conceito de doping. Nos documentos da FIFA, fica estabelecido que “[…] qualquer tentativa de um jogador por si ou por estímulo de outros tais como: dirigente, treinador, médico, fisioterapeuta ou massagista, para aumentar artificialmente seu desempenho físico ou mental ou para tratar lesões – sem justificativa médica – com o propósito de participar de uma competição. (FIFA apud Prado, Padilha e Yonaminea, 2011, s/p)”.  Ainda segundo autores e especialistas como Moreau e Siqueira (2008) por doping entende-se que: 

Segundo a legislação esportiva vigente (art. 2º da resolução nº 2, de 5 de maio de 2004, do Ministério do Esporte e Conselho Nacional do Esporte), “por dopagem se entende a administração ao atleta, ou uso por parte deste, de substância, agente ou método capaz de alterar o desempenho do atleta, prejudicar sua saúde ou comprometer o espírito do jogo, por ocasião de competição esportiva ou fora dela. (MOREAU; SIQUEIRA; 2008, p.5).

Agora que as definições ficam mais esclarecidas pelo ponto de vista de autores e da legislação, vamos entender os motivos que levam os atletas para aderirem a “cultura do doping”. Entre os fatores que contribuem para a dopagem estão: frequência, duração e intensidade dos treinamentos e das competições; período de recuperação insuficiente entre esses eventos; condições atmosféricas desfavoráveis e estresse provocado pelo público, meios de comunicação e patrocinadores. (OGA; CAMARGO; BATISTIZZU, 2008, p.467).  São muitos os anabolizantes utilizados para a obtenção do corpo ideal, e segundo Oga, Camargo e Batistizzu (2008) das substâncias proibidas tem-se: 

  • Agentes anabólicos;
  • Hormônios e outras substâncias relacionadas;
  • Agonistas beta-2;
  • Agentes com atividades antiestrogênicas;
  • Diuréticos e outros agentes mascarantes;
  • Estimulantes;
  • Narcóticos;
  • Canabinoides;
  • Glicocorticoides;
  • Etanol (Substância proibida em determinados esportes);
  • Bloqueadores beta adrenérgicos (Substâncias proibidas em determinados esportes). 

Silva, Danielski e Czepielewski (2002) relatam também, que muitas vezes essas substâncias são de origem duvidosa e manipuladas sem cuidados adequados de higiene. Preocupados com a obtenção fácil dessas substâncias, autoridades governamentais vieram a criar no Brasil uma portaria que as consideram como Doping (Portaria 531, de 10 de julho de 1985, do MEC). O uso de anabólicos não é irregular e este for por exemplo para fins de saúde, especificamente em um tratamento clínico, como por exemplo, GH para crianças com problemas de crescimento. Segundo Feitosa (2010), o consumo desenfreado dessas drogas tornou-se epidêmico dentro da sociedade, sem distinção de faixa etária ou classe econômica. Uma das abordagens que podem ser adotadas por profissionais de educação física, médicos e a fins, é evidenciar que ao fazer uso de anabolizantes, todo o desejo que o atleta tem em ganhar diante de seu físico rebusco, é nulo pela prática da utilização de anabolizantes, além do risco eminente à saúde num todo. 

Musculação

Diante de todos os expostos dos estudos levantados por especialistas, as causas e danos à saúde, é seguro dizer que o uso de anabolizantes é um grave problema de saúde pública. É necessário um intenso trabalho e conscientização sobre o tema desde a escola, é função também de autoridades como profissionais de educação física, não contribuírem para essa questão. Não se deve ignorar também as questões psicológicas por trás disso tudo, o diálogo, a conversa, o saber ouvir e instruir fará toda a diferença para o efetivo trabalho de compreender as razões por trás do uso, e em cima disso tudo, buscar soluções plausíveis e também punições para os casos de profissionais que endossem e contribuem para fins fora do contexto saúde e público alvo de anabólicos, facilitando acessibilidade aos mesmos. Sendo os anabolizantes drogas utilizadas na medicina para a melhora na saúde e deficiência de pacientes, quando utilizados por pessoas sem essas necessidades acabam trazendo benefícios no rendimento físico dos atletas e pessoas que desejam uma melhora na estética. Porém quando usado de forma errada, trazem malefícios a estes, muitas vezes irreversíveis. (SILVA, DANIELSKI e CZEPIELEWSKI, 2002). Que haja o cuidado e o sensível olhar diante deste quadro num todo. A orientação correta, sempre será o melhor caminho.

Gostou desse análise? Utilizamos como referência os autores abaixo:

FEITOSA, Claudiomar. Anabolizantes: consumo vira epidemia entre jovens. Conselho Federal de Educação Física. 2010. Disponível em https://www.confef.org.br/confef/comunicacao/noticias/377. Acesso em 14 de outubro de 2021.

MOREAU, Regina Lúcia M.; SIQUEIRA, Maria Elisa, P. B. Toxicologia Analítica. Rio de Janeiro: Guanabara, 2008.

OGA, Seizi; CAMARGO, Marcia Maria A.; BATISTIZZU, José Antonio O. Fundamento de Toxicologia. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 2008.

PRADO, Camila C. FCM- UNICAMP; Padilha, Monica C. LADETEC- IQ- UFJR; Yonamine, Mauricio LAT-FCF-USP- III Congresso Brasileiro de toxicologia clínica, Curso: Substâncias utilizadas na dopagem.

SILVA, Paulo Rodrigo P da.; DANIELSKI, Ricardo; CZEPIELEWSKI, Mauro Antonio. Esteroides anabolizantes no esporte. Revista de Medicina no Esporte, v. 8, n. 6, nov/dez 2002.

Quer mencionar em seu estudo nossa análise sobre o que leva um atleta a usar anabolizantes: Simples! Coloque a referência do texto e faça bom uso! OLIVEIRA, I.F. O que leva um atleta a usar anabolizantes. Fique Ativo. Setembro de 2022.

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