CONTEÚDO ALTAMENTE SENSÍVEL
Sim, foi necessário colocar um alerta antes de começar a descrever o texto a seguir para que não gere “gatilhos”. Transtorno Dismórfico Corporal e a Educação Física estão mais íntimos do que se deveria ser, e vemos que pouco se aborda, pouco se fala e pouco se faz para prevenir.
O significado do termo Transtorno Dismórfico Corporal, é definido na literatura médica psicológica e psiquiátrica:
“Doença mental que envolve um foco obsessivo em um defeito que a pessoa considera ter na própria aparência. O defeito pode ser pequeno ou imaginado. Mas a pessoa pode passar horas por dia tentando corrigi-lo. A pessoa pode experimentar muitos procedimentos estéticos ou se exercitar em excesso. Indivíduos com esse transtorno costumam examinar sua aparência no espelho com frequência, compará-la constantemente com a dos outros e evitar situações sociais ou fotos.”
Há uma ramificação destes transtornos que vamos abordar a seguir, e que são constantes e presentes na Educação Física, tanto escolar quanto alto rendimento.
ALGUNS TRANSTORNOS DISMÓRFICOS CORPORAIS
Confesso que boa parte não era do meu conhecimento ou entendimento, e nem do professor Jonathan. Sentamos, compartilhamos as aflições e indagações sobre até que ponto se trata de emponderamento e até onde é uma questão mais profunda. O ambiente escolar por exemplo, pouco vemos trazer tais questões, e vamos de um aumento considerável de crianças doentes emocionalmente e fisicamente, pois obesidade e baixo peso são doenças. Falamos com uma amiga que é psicóloga, Dr.ª e Ms. Perla Lima que deu as informações de modo resumido sobre esses pontos, indicou o DSM que é “O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais”. Ao lermos, falamos e salientamos com mais um pouco de pesquisa e de modo resumido estas patologias, pensamos em situações problemas nos dois ambientes e realizamos o conteúdo a seguir:
Muitos médicos indicam que a anorexia é, acima de tudo, um distúrbio de imagem corporal. Além de não comer, a pessoa que tem anorexia pode acabar exagerando nos exercícios físicos e no uso de medicamentos laxantes e diuréticos, sempre com a intenção de perder peso. Tanto na escola como na academia, é possível interpretar e observar:
Sinais físicos:
- Mudanças frequentes de peso (perda ou ganho)
- Sinais de danos devido ao vômito, incluindo inchaço em torno das bochechas ou mandíbula, calos nas juntas, dano aos dentes e mau hálito
- Sensação de inchaço,
- Constipações intestinais
- Desenvolvimento de intolerância à determinados alimentos
- Perda ou perturbação dos períodos menstruais em meninas e mulheres
- Desmaio ou tonturas
- Hemorroidas
- Sensação de cansaço, fadiga e alterações no sono
Sinais psicológicos:
- Preocupação excessiva com a alimentação, comida, corpo e peso
- Sensibilidade aos comentários relacionados com alimentos, peso, forma do corpo ou exercício físico
- Baixa autoestima, sentimentos de vergonha, auto aversão ou culpa, particularmente depois de comer
- Ter uma imagem do corpo distorcida (por exemplo, ver-se com excesso de peso mesmo que estejam em uma faixa de peso saudável para sua idade e altura)
- Obsessão com alimentos e necessidade de controle das calorias
- Insatisfação extrema do corpo
Sinais comportamentais:
- Evidência de compulsão alimentar (por exemplo, desaparecimento ou acumulação de alimentos)
- Vomitar, usar laxantes, enemas, supressores de apetite ou diuréticos
- Comer escondido e evitar refeições com outras pessoas
- Comportamento antissocial, passando cada vez mais tempo sozinho
- Comportamentos repetitivos ou obsessivos relacionados à forma e ao peso do corpo (por exemplo, pesar-se repetidamente, olhar-se no espelho obsessivamente, comprimindo a cintura ou os pulsos)
- Comportamento “mentiroso” em torno dos alimentos (por exemplo, dizer que comeram quando não o fizeram, esconder alimentos não consumidos em seus quartos)
- Exercício compulsivo ou excessivo (por exemplo, exercitar-se em mau tempo, continuar a exercitar-se quando está doente ou ferido e sofrer ou sentir-se triste se o exercício não for possível)
- Comportamento de dieta (por exemplo, praticar jejum, contagem de calorias, evitar determinados grupos de alimentos, como gorduras e carboidratos)
- Idas frequentes ao banheiro durante ou logo após as refeições, o que pode ser evidência de vômito ou uso de laxante
- Comportamento errático (por exemplo, gastando grandes quantidades de dinheiro em alimentos)
- Mudanças no estilo da roupa (por exemplo, vestindo roupas largas)
- Rituais obsessivos em torno da preparação de alimentos e comer (por exemplo, comendo muito devagar, cortando alimentos em pedaços muito pequenos, insistindo que as refeições são servidas exatamente na mesma hora todos os dias)
- Alterações nas preferências alimentares (por exemplo, alegando não gostar dos alimentos anteriormente apreciados, preocupação súbita com “alimentação saudável” ou substituição de refeições por líquidos)
ABORDAGEM E PREVENÇÃO NA ACADEMIA E ESCOLA: Ver anorexia.
Conhecido como fatorexia devido a origem do termo em inglês FAT = GORDO, é pouquíssimo discutido, observado e facilmente confundido com emponderamento, devido a distorção dos fatos em si. Exemplo disso, é o programa Quilos Mortais da rede Discovery onde muitos pacientes já em estado crítico, limitados e a fins, acredita que a situação não é como os especialistas alertam, ignorando o risco de morrer precocemente.
ABORDAGEM E PREVENÇÃO NA ACADEMIA: Instrutor, seja realista. Trabalhe com números, esteja presente. Se você tiver tal formação, ofereça serviço de personal, caso o contrário continue instruindo sempre embasando em protocolos de saúde funcional para o seu aluno. Preferencialmente, trabalhe com equipe multidisciplinar.
ABORDAGEM E PREVENÇÃO ESCOLAR: Convoque os responsáveis, avalie fisicamente seu aluno, verifique periodicamente por meio de anamneses os fatores clínicos, observe se tal distúrbio é decorrente a situações de bullying e a necessidade de defesa de seu aluno devido os ataques. Registre, faça relatórios, arquive, informa demais docentes.
“Ortorexia nervosa”, ou apenas “ortorexia” é o termo que define a obsessão pela alimentação saudável. Cunhado em 1996 pelo médico Steve Bratman, diz respeito às pessoas que adotam comportamentos extremistas em relação à dieta, que deve ser exclusivamente de alimentos saudáveis. Na opinião do profissional, trata-se de um transtorno alimentar tão grave como a bulimia e a anorexia. No entanto, a preocupação do doente não é com a forma física, e sim com a qualidade dos alimentos ingeridos.
A vigorexia é uma doença psicológica caracterizada pela preocupação constante em não ser suficientemente musculoso. O transtorno também é chamado de Dismorfia Muscular e Anorexia Nervosa Reversa. Em academias, o perfil destas pessoas são em sua maioria de musculosos já trincados, mulheres definidas e corpos já em percentuais de gordura e massa atlética. Em crianças, há a preocupação exagerada em ser forte, em ser grande e a fins, ocasionando no indivíduo um desconforto com a sua aparência. As crianças em questão, estão em sua maioria dentro do peso ideal, outros um pouco abaixo.
ABORDAGEM E PREVENÇÃO NA ACADEMIA: Instrutor, quem dita a ficha de treino e sabe qual a prática a ser abordada para a obtenção de resultados, é você. Um forte indicador, é a busca e pedido frenético de seu aluno por ganhos rápidos, sendo perceptível tal conduta, fale de modo aberto suas inquietações e demonstre com embasamentos científicos, seus motivos para tal abordagem e metodologia de treinamento. Sempre converse com outra pessoa presente e se o aluno não aceitar suas observações, e de modo inesperado sair deste ambiente, registre e deixe-o partir. Contudo, reforce a necessidade em se buscar especialistas para entender o que ele almeja.
ABORDAGEM E PREVENÇÃO ESCOLAR: Fale com seu aluno preferencialmente com os gestores escolares presentes, mas antes avise aos mesmos (equipe pedagógica) suas inquietações. Ouça seu aluno, e assim como as condições anteriores, verifique se não há histórico de agressões verbais. Fale com os pais e responsáveis sobre o ocorrido, recomende que mencione isto em consultas pediátricas, faça relatórios e documente. Prove também ao aluno que ele está saudável, exemplifique as coisas.
O Transtorno Dismórfico Corporal e a Educação Física em si como salientamos, tem muito a que se ligar. Não é uma temática que deva ser ignorada no ambiente escolar e nem nas academias. Não é vergonha pedir ajuda, auxílio ou a fins. Faça planejamentos coesos, anamneses, fale com seu público. Esperamos que este material auxilie, te faça refletir e traga à tona seu lado criativo. Dúvidas? Sugestões? Fale Conosco!
Nice Oliveira e Jonathan Moraes, Fundadora e Co-Fundador do Fique Ativo. CREF: 158607-G/SP; CREF 116126-G/SP.