Quando falamos de esportes de aventura e a Educação Física escolar, percebemos que muitos profissionais sentem medo de como lidar com a temática neste ambiente, e acabam caindo nos mesmos padrões não inovando suas aulas. Pensando nisso, decidimos mostrar de modo breve e leve, como a temática de esportes de aventura podem ser abordados, e escolhemos para iniciar essa série a corrida de orientação. Vamos conferir?
As corridas de aventura são populares entre amantes de corrida, e faz parte do contexto de hábitos de melhoria e qualidade de vida. Contudo, qual a sua origem? Qual seu contexto social e seu papel da educação física? Para tais questionamentos, vamos salientar os contextos para a orientação desta temática. Com o surgimento na Europa, mais especificamente na Nova Zelândia, começou-se com a prática multiesportiva de correr nas montanhas, a canoagem e mountain biking, batizada de Coast to Coast na década de 80, sendo o pioneiro evento a ocorrer em ambiente natural. Ele foi criado partindo da iniciativa norte-americana de desafios selvagens, e em tom desafiador, nasce a Coast to Coast, e em seguida nos USA, surge a Alpine Moutain Wilderness Classic, não muito popular.
Mas vamos para o eixo principal aqui, a corrida de orientação. Essa modalidade é amplamente inclusiva, e claro, livre para todos os públicos. Proporciona raciocínio lógico, atenção, percepção e fatos de colaboração mútua. Essa modalidade possui o PC, que significa pontos de controle, onde os participantes deverão com o auxílio de um mapa passar pelos mesmos no menor tempo possível.
Na partida, cada praticante recebe um mapa onde estão marcados pequenos círculos que correspondem aos PCs, que são materializados no terreno por “prismas” (quadrados de 30 cm de lado em tecido, metade na cor laranja e metade na cor branca), que estão acompanhados de um pequeno picotador. Recebe também um cartão de controle onde comprova a sua passagem por cada PC através da marca (picote) feito com o auxílio do picotador.
O mapa de orientação é um mapa topográfico detalhado, onde é traçado o percurso que o atleta tem que percorrer e são locados precisamente todos os detalhes da vegetação, relevo, hidrografia, rochas e construções feitas pelo homem etc. O percurso de orientação é constituído do triângulo de partida, PCs e chegada. Entre os PCs, que são locados precisamente no terreno e equivalentemente no mapa, estão as pernadas do percurso, nas quais o competidor deverá orientar-se.
As características do esporte
A característica própria do desporto Orientação é escolher e seguir a melhor rota por um terreno desconhecido contra o relógio. Isto exige habilidades tais como: leitura precisa do mapa, avaliação e escolha da rota, uso da bússola, concentração sob tensão, tomada de decisão rápida, corrida em terreno natural variado, manutenção do controle da distância percorrida etc.
A escolha do itinerário entre os PCs é uma opção do próprio praticante.Cada PC é uma meta a ser atingida e simultaneamente, a partida para um novo desafio.
Cruzando campos, córregos e matas, o praticante sente-se parte integrante do espaço que percorre. A velocidade de movimento tem que ser acompanhada pela velocidade de raciocínio para ler o mapa e interpretar a sua relação com o terreno, ponderar sobre as várias opções de itinerário e decidir!
As regras básicas
· Passar por todos os pontos de controle; na sequência estabelecida.
· Marcar corretamente o cartão de controle;
· Preservar a natureza.
As modalidades
As regras oficiais do esporte orientação regulam as seguintes modalidades:
1.Orientação Pedestre: é uma modalidade de resistência, em que o competidor utiliza um mapa e uma bússola durante o seu deslocamento a pé.
2.Orientação em Bicicleta (MTB-O): nesta modalidade, utilizando o mapa e a bússola, o competidor faz seus deslocamentos com uma bicicleta.
3.Orientação em Ski: é uma modalidade de inverno, onde utilizando o mapa e a bússola, o competidor desloca-se com esquis para neve.
4.Trail Orienteering (Orientação para portadores de necessidades especiais motoras): é uma modalidade voltada para os portadores de necessidades especiais e baseia-se na interpretação precisa do mapa.
Siga as dicas abaixo que montamos para que sua aula sobre corrida de orientação seja um sucesso:
- Explore os espaços da escola;
- Em colaboração com as demais disciplinas, faça um mapa dos espaços da escola onde determinará o trajeto da corrida;
- Peça que pesquisem a história e onde surgiu, é importante para compreender os objetivos da mesma;
- Se realizar na educação infantil, explore a corporeidade e manejo de corpo;
- Para fundamental 1 e 2, verifique a possibilidade de realizar fora da escola, em algum ponto de área verde (quem sabe você acaba introduzindo o plogging também nessa aula? já falamos no Instagram!);
- Para o ensino médio, explore a fisiologia e biomecânica que a prática provoca no corpo e após, proponha uma prática.
As informações sobre a corrida de orientação foram tiradas da Federação de Orientação de São Paulo (FOSP), visite o site deles clicando aqui.
Assista abaixo, um pouco do que é a corrida de orientação e planeje-se para que sua aula seja um sucesso! Os esportes de aventura e a educação física escolar, tem tudo a ver!! Inove-se e reinvente sua aula, e é claro… FIQUE ATIVO!